Projeto Residencial - Barroso-MG

O projeto desta residência apresentou várias peculiaridades. Além do conforto da moradia em si, com áreas bem distribuídas, o proprietário quis ressaltar a beleza em detrimento do custo, algo raro na cidade. O conceito segue a linha modernista, com traços retos e limpos, sem adornos, com destaque para a laje “ondulada” da área de lazer que, salvo as devidas proporções, remete a casa de Canoas de Niemeyer no Rio de Janeiro. O terreno, que a princípio mostrava-se um impasse devido a seu formato triangular, acabou por se transformar em um motivo de beleza no conjunto final. A disposição da obra no lote foi norteada pela área de lazer, no sentido de aproveitamento da insolação durante o dia na piscina, o que ocasionou duas disposições dos cômodos sem uma referência de esquadro em relação ao lote. Tive que fazer a marcação da obra junto com o pedreiro, já que as referências não estavam bem claras para ele, mas que logo ficam óbvias após algumas explicações. A entrada tem um hall coberto, que segue para uma sala de visitas e um escritório. Neste escritório procurei chamar a atenção para a parede de concreto aparente inclinada, que além de quebrar a obviedade e rigidez da obra, tem um elemento a mais para se trabalhar a decoração. Sugeri ainda uma laje no piso que ficará elevada em relação ao terreno original, com isso pode-se posicionar um espelho d´água sob esta laje, o que será mais um diferencial na obra, porque será visualizado pelos transeuntes, uma vez que não haverá um muro frontal, e sim uma separação de vidro temperado em toda a frente. A área onde está o barzinho está integrada a sala de tv e tem pé direito duplo e vista para a piscina, proporcionando uma sensação de amplitude, enfatizada pelo contato direto com a área de lazer através da varanda. A suíte ficou posicionada no andar superior, contando com uma ante-sala com vista para a sala de tv e barzinho, com hidromassagem no banheiro, proporcionando momentos de relaxamento e privacidade. Caso o proprietário siga os conceitos do projeto, ele será um referencial para a arquitetura de Barroso, já que na cidade não conta com nenhuma obra deste tipo onde as linhas retas contrastam com a laje ondulada da área de lazer. Espero que se concretize!

Projeto Comercial - Barroso-MG

Neste trabalho pesou também a questão econômica por ser uma obra comercial, mas de maneira que a beleza não fique renegada ao segundo plano. A preocupação do proprietário é de conciliar a beleza com economia e funcionalidade. Com estes parâmetros, procurei fazer uma obra reta sem muitos detalhes. O que a diferencia é a platibanda dupla “ondulada”, dado a sensação de movimento, já que a locação da obra é em uma avenida com alto fluxo de veículos. A idéia remete a obra de Ruy Ohtake, edifício Lagoa 1000, salvo as devidas proporções, em que a sensação do vento é logo percebida por quem a observa. Criei um muro também “ondulado” para preservar a privacidade dos quartos do 1° piso. Já o refeitório tem vista ampla para a rua, proporcionando uma visão panorâmica do entorno. As janelas terão uma faixa com acabamento da cor da janela e dos vidros. Este recurso é uma maneira de quebrar o ritmo de destaque das janelas, peculiaridade em diversos hotéis da região, fazendo com que se veja somente a faixa remetendo mais uma vez ao movimento. A maioria dos quartos, todos suítes, estão posicionados no 2° piso, privilegiando a privacidade. Além da escada de acesso da rua, posicionei também uma rampa para que a acessibilidade seja respeitada. A escada interna “derrama-se” no hall principal, o que será mais um diferencial da obra. As cores ainda serão trabalhadas, sendo o projeto divulgado somente uma referência.

Residência em Barroso-MG


Este projeto, apesar de contar com o lote retangular, tem como princípio a diferenciação e a valorização da insolação adequada nos cômodos. A insolação foi trabalhada de maneira que os quartos, salas e salão recebessem o sol da manhã, enquanto o sol da tarde é aproveitado na futura área de lazer e sala de jantar. Posicionei a parte “molhada” da casa toda na parte superior do lote, facilitando assim a rede de esgoto e pluvial. O que parece uma solução simples e óbvia, muito das vezes é motivo de dor de cabeça futura para os proprietários, já que raríssimas vezes é levado em conta este detalhe fundamental. A sala de jantar terá um pé direito duplo, valorizando a chegada pela sala de visitas e visualização da escada para o mezanino. A laje do mezanino acompanha o ângulo da sala, mas depois toma a forma de um semi-círculo, trazendo movimento e harmonia aos olhos de quem chega. A suíte conta com uma sacada para aproveitar a melhor vista da cass. A pedido do proprietário, criei um cômodo comercial na frente da residência, com entrada independente e privativo, sem contato com o resto da casa ou de quem passa ocasionalmente pelo local. Este cômodo só é percebido por quem o utiliza, já que a fachada está totalmente harmonizada, não causando impacto visual algum. O telhado, apesar de ter um jogo de águas que a princípio pareceria complexo, é bem simples. Não haverá necessidade de tesouras, sendo as peças apoiadas diretamente nas paredes, trazendo grande economia para o proprietário. O desnível do terreno foi trabalhado para não haver movimentações de terras. A garagem ficou em um nível mais baixo, e a futura área de lazer com piscina também acompanhará este desnível, proporcionando economia nas fundações. Para que haja uma valorização da fachada, minha sugestão é para que não se faça um uro fechado, e sim trabalhar a grade ou vidro temperado, para que a casa “se mostre” aos transeuntes. A obra ainda não teve início, mas os proprietários se mostraram satisfeitos e pretendem seguir exatamente o projeto.

Museu da Corrupção - MuCo

A corrupção como nunca se viu

O Diário do Comércio inaugura o Museu da Corrupção on-line, para dar aos seus leitores uma medida referencial do que acontece de vergonhoso nos bastidores de todas as esferas de poder.

Por Luiz Octavio de Lima

No dia em que se comemoram os 509 anos do descobrimento do Brasil e em que a farra das passagens aéreas no Congresso ganha as manchetes do noticiário, o Diário do Comércio inaugura o seu Museu da Corrupção on-line, um espaço de exibição e reflexão sobre os escândalos que marcaram a história do País. Num primeiro momento, o site vai tratar do período entre a década de 1970 e os dias atuais. A proposta, porém, é recuar década a década, século a século, até os tempos coloniais. Afinal, não seria exagero afirmar que a corrupção nasceu quase em seguida ao descobrimento.

Em meados do século XVI, na Bahia do primeiro governador-geral, Tomé de Souza, já se roubava muito, conforme atestam os relatos da época. O próprio Padre Antônio Vieira escreveu um sermão intitulado 'Sermão do Toma", no qual atacava as autoridades locais que desviavam verbas dos cofres públicos e "tomavam" propinas. No tempo de D. João VI, o tesoureiro Targini tinha fama de desonesto e de ter enriquecido no cargo. Dele disse o fundador do jornalismo brasileiro, Hipólito da Costa (1774-1823), que, "sem outros bens mais que o seu minguado salário, tornara-se tesoureiro-mor do Erário, fora elevado a Barão de São Lourenço, em 1811, e era agora um homem riquíssimo, enquanto o erário se achava pobre". E completou: "Se a habilidade de um indivíduo em aumentar suas riquezas fosse por si só bastante para qualificar alguém a ser administrador das finanças de um reino, sem dúvida Targini devia reputar-se um excelente financista". Temos, portanto, longa tradição neste ramo, e dedicar um "espaço cultural" ao vasto acervo existente sobre o tema é uma iniciativa que já chega com atraso.

Pensado como um trabalho em permanente construção, o Museu da Corrupção on-line, cuja pesquisa inicial é da jornalista Kássia Caldeira, dará destaque, em sua versão inaugural, aos 15 episódios mais rumorosos dos últimos anos no País. Entre eles, a Operação Satiagraha, a Máfia das Sanguessugas, o Escândalo do Mensalão, o caso do TRT de São Paulo (do juiz Nicolau "Lalau" dos Santos Neto), a Operação Anaconda e o incidente dos dólares na cueca. A cada um será destinada uma "sala" com um relato, imagens e uma lista de reportagens que mostram a repercussão na grande imprensa.

O usuário do site do DC poderá encontrar na área a relação completa dos escândalos ocorridos desde o início da década de 1970 e de grande parte das operações realizadas pela Polícia Federal no período.

Haverá uma seção com sugestões de links sobre o tema da corrupção e outra com publicações recomendadas sobre o assunto. Nos próximos meses, serão agregadas uma "sala" de charges, uma linha do tempo ilustrada e destaque para o escândalo do momento.

O tour pelo Museu termina na lojinha da "instituição", onde o visitante encontrará lembranças como camisetas, algemas, aparelhos de escuta, malas pretas e até propinas virtuais.

Está em estudo a criação de um Wiki por meio do qual os leitores poderão enviar informações e contribuições. Desde já, no entanto, eles poderão comentar o conteúdo pelo endereço museu@dcomercio.com.brÉ um museu. Com grandes novidades.

Com um lápis na mão e muitas ideias na cabeça o premiado arquiteto mineiro Rodrigo de Araújo Moreira "ergue" o Museu da Corrupção sob o princípio da contemporaneidade: dotado de muitas salas e auditórios, o espaço virtual será permanentemente abastecido com os fatos do dia.

Por Valdir Sanches

Um arquiteto que só trabalha com lápis pode criar um edifício virtual? Rodrigo de Araújo Moreira aceitou o desafio, mas, de certa forma, isso foi o de menos. O mais difícil era a natureza do edifício: um museu da corrupção.

Como se concebe uma obra dessas?

"Um projeto é feito em cima de um programa, de um terreno" – diz o premiado arquiteto mineiro de 78 anos. "Eu não tinha programa, não tinha terreno e tinha uma idéia vaga – não dispunha de dimensões, de tamanho. Bom, pensei, vou fazer, completamente livre. Na verdade foi isso que me animou a fazer, porque eu sou a favor da liberdade total".

Durante dois ou três meses as idéias vagaram por sua mente. Há menos de duas semanas surgiu em Belo Horizonte (onde tem escritório, embora more em Petrópolis, RJ) com um desenho. Passou-o para "um grupo de garotos da escola de arquitetura, turma novíssima" – que, naturalmente, usa o computador. Pediu ajuda.

O projeto saiu "meio de repente". "Fiz um desenho do que seria o corte estrutural do edifício: a pirâmide em que uma das arestas foi colocada na vertical e deu uma forma muito bonita". Os estudantes pintaram de verde uma parede de seu apartamento, e lançaram nela o desenho. "Quando eu vi aquilo, eu falei: 'Espera aí, tem um negócio maravilhoso aqui'. Eu vi o prédio pronto!"

Rodrigo projetou um prédio de verdade, que poderia ser erguido com estrutura metálica e vidro – mas, como se viu, existe apenas na internet. A fachada tem um triângulo com uma estrutura espacial igual à do Museu do Louvre, de Paris. "Repeti a idéia, achei que era boa". "Criei uma pirâmide com uma parte virtualmente transparente. Tem vidro nas duas faces, e a face da frente se repete atrás. Essa é a parte em que a corrupção parece bonita, transparente".

O prédio tem também uma parte cega – em que tudo é parede. "É toda uma parede dos fundos, com aquele triângulo inclinado e a torre, toda aquela parte alta é cega. Se fizer as contas, a parte cega é maior que a transparente. Quem passar pelo lado de lá vai achar que aquilo tudo está oculto". Esse é o lado oculto da corrupção.

Rodrigo diz que estas são conjunturas, cada pessoa que passar por lá terá a sua. "Estou fazendo uma interpretação. Não desenhei o projeto pensando nisso, minha intenção foi criar um prédio que tivesse muita visibilidade e marcasse o tema de uma forma diferente". Diz que, na verdade, não conhece nenhum prédio com essa forma.
À mão livre: a partir de um desenho básico inspirado no Museu do Louvre, em Paris, Rodrigo (à direita) desenvolveu o projeto com alunos de arquitetura. O auditório (no alto à direita) e a fachada (abaixo): jogo de sombras e transparências para da destaque aos dois lados da corrupção.

O projeto é "basicamente simples". Uma enorme pirâmide triangular com 40 cm de base em cada face, e 60 metros de altura. Uma das arestas, como se viu, fica na posição vertical. É para acentuar a grandeza do monumento. "A intenção é transformá-lo em um marco permanente de denúncia com grande visibilidade, no qual a pureza da forma contraste fortemente com a essência do tema".

A parte de cima é vazia, porque a área é muito pequena. "Parece uma catedral. O que tem uma catedral? Tem a nave, em cima tem o sino, as torres, não tem ocupação nenhuma. A idéia é mais ou menos essa". O térreo foi ocupado com dois mezaninos. O auditório está no subsolo, porque há uma ligação, perto da entrada, "fácil, bonita, e independente".

Quem entrar no prédio, o que verá? "Eu acredito que funcione bem fazendo como se fossem bancadas, ou nichos, ou paredes. Elas organizam o espaço, dando liberdade a cada grupo, ou a cada pessoa, de tratar do seu assunto. Eu tenho o meu computador, o controle, um fone. Ali eu clico o que eu quero, eu vejo as imagens que eu quero. Mas tem vários nichos desses, iguais. Cada um funciona com completa liberdade, independente dos outros".

Há também pequenos auditórios, pequenas salas. "Você faz esses espaços, e usa a imagem virtual dentro desses espaços. Podem ser circulares, retangulares, quadrados, onde sentam-se duas, três, quatro pessoas. E aparece uma tela que conta uma história e talvez você possa até fazer pergunta", explica Rodrigo.

"Imagine uma concha. Você faz aquela circunferência com uma porta de correr, você entrou, fechou, você está ali dentro, não é perturbado, porque aquilo é isolado. Você tem a imagem e então clica. Quer um assunto, mensalão. Aí vão falar tudo sobre o mensalão, com fotografias, com imagens. Com reportagens, com o impacto de ver aquelas cenas de televisão. Aí transforma aquilo num filme, é um documentário".

Rodrigo usou uma grande escultura de terracota que mostra quatro corpos decapitados, sem braços e sem um pedaço de perna. Eles estão entrelaçados e empilhados. O memorial descritivo da obra diz que a escultura foi escolhida "como marco indelével do monumento, evocando a imagem grotesca do povo pobre e dilacerado". "O conjunto pousa sobre um grande espelho d'água que duplica a imagem já monumental da obra".

Na perspectiva do prédio, desenhada por Rodrigo, a escultura é representada por esferas sobrepostas.


'Ousai!' E foi o que ele fez
A recomendação de Juscelino Kubitschek, paraninfo da turma, ficou marcada, diz Rodrigo.

Rodrigo de Araújo Moreira estava no quinto ano da Faculdade de Arquitetura, em Belo Horizonte, quando tomou sua primeira decisão como profissional: concorreu à construção da sede da Faculdade de Direito da Bahia, em Salvador. Convidou um colega. Este não gostou da idéia, achou que teriam poucas chances de sucesso. "Mas eu, jovem, mineiro teimoso, disse que íamos fazer".

Foi em 1957, mesmo ano em que se formaram. O projeto pegou o primeiro lugar, a faculdade foi construída, e está lá, para quem quiser ver. É uma das dez obras premiadas em primeiro lugar, em concursos dos quais Rodrigo participou.

Seguir os estudos de arquiteto "foi uma briga muito grande com meu pai", recorda hoje. "Ele não compreendia a profissão". João Carlos, o pai, era cirurgião dentista no Hospital Militar de Belo Horizonte. Um de seus colegas, muito amigo, era um médico do hospital chamado Juscelino Kubitschek.

O curso de arquitetura, na turma de Rodrigo, tinha apenas nove estudantes. No primeiro exame vestibular, só três entre 156 candidatos foram aprovados. Houve uma segunda chamada, e mais três passaram - um deles Rodrigo. Com outros três retardatários, somaram nove. Os alunos admiravam o conterrâneo que, no ano da formatura, ocupava a Presidência da República, o médico Juscelino Kubitschek. Que tal se ele fosse o paraninfo da turma?

Rodrigo foi ao Palácio da Liberdade, sede do governo do Estado, falar com o sobrinho de um político de grande projeção, Israel Pinheiro. Israel presidia a Novacap, a estatal que construía Brasília. Entrou no palácio, e apresentou-se ao tal sobrinho, como conta: "Eu gostaria de convidar o presidente para ser nosso paraninfo". Ainda hoje se espanta: "Você acredita que ele veio?"

Foi, e fez um discurso "muito bonito". Depois entregaria aos formandos o diploma. Os pais dariam o anel de formatura. "Quando veio me dar o diploma, meu pai levantou lá na platéia. E o Juscelino disse: 'Uai, mas você é o filho do João Carlos'? Foi uma coisa boa, a confraternização dele com meu pai lá no palco".

No discurso, o presidente disse que iria dar só um conselho para os formandos: "Ousai". "Isso ficou na minha cabeça. Quando a gente participa de um concurso, não tem nenhum compromisso com ninguém. Tem apenas um programa e uma idéia da cabeça, joga aquilo na prancheta e (rindo) às vezes dá certo".

Rodrigo teve um estagiário, Adalberto Alves de Souza, que se tornaria seu sócio e amigo, e com quem trabalharia por quarenta anos. "Era um parceiro maravilhoso". Faziam seus projetos, apesar de um detalhe. Rodrigo casara com uma moça de Petrópolis, a cidade serrana do Rio de Janeiro. E mudara-se para lá. O escritório continuava em Belo Horizonte.
"Naquele tempo não tinha fax, não tinha nada. Fizemos muito projeto por telefone. Ou então mandava um croqui pelo ônibus". Mas sempre que um novo projeto se firmava, Rodrigo ia ao escritório, no Rio. Em 1969, criaram o escritório de arquitetura AJR, com um terceiro sócio, Jairo Fernandes (mais tarde Metro Arquitetura e Planejamento). Mas até hoje Rodrigo mora em Petrópolis.

Diz que sofreu influência das obras de Oscar Niemeyer em Belo Horizonte. A mais notável delas é o conjunto arquitetônico no entorno da Lagoa da Pampulha, com a igreja, o museu de arte e o Iate Tênis Clube. Rodrigo cita também como obras que o influenciaram as da cidade histórica de Ouro Preto.

Entre obras que receberam o primeiro lugar em concursos, destaca o escritório da Usiminas, em Itabira, 104 quilômetros de Belo Horizonte (a "Cidade de Ferro", onde a então Companhia Vale do Rio Doce surgiu). O escritório tem dez mil metros quadrados. Entre as obras prediletas, cita a sede do Clube de Regatas Vasco da Gama, em Santos. Sedes social, náutica e campestre erguidas em 27 mil metros quadrados.

Outra é a sede do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, CREA, em São Paulo. "Foi bastante criatividade. Imaginamos um grande pórtico, e os pavimentos intermediários eram suspensos nesse pórtico. Isso foi usado por Niemeyer em alguns projetos em Brasília. Uma estrutura de concreto muito grande, muito alta, com balanços grandes. Toda a base é livre de pilotis. Dá muita visibilidade".

Uma das qualidades de Rodrigo é o prazer de criar. "Dizem que quem faz o que gosta não precisa trabalhar".

POSTO COMUNITÁRIO DE SEGURANÇA


Os Postos Comunitários de segurança do Distrito Federal, conforme exigência do programa de Governo, integra-se harmonicamente a paisagem urbana de Brasília, e não cria uma barreira entre a população e os policiais que neles trabalham, pelo contrário, o próprio desenho aproxima e facilita essa interação. Foram propostos como construções modulares, produzidos industrialmente, de características únicas e de forte identidade visual, os quais abrigarão as instalações do Policiamento Urbano Integrado do Distrito Federal.
Somam-se neste projeto as características do design do mobiliário urbano e da arquitetura. Podemos dizer então que conceitualmente foram pensados como mobiliário urbano, mas que nele abriga um espaço arquitetônico. É mobiliário porque não tem o caráter definitivo nos locais onde serão implantados, pois poderão ser relocados quando necessário for, seja por motivos estratégicos do Plano de Segurança do DF, ou até mesmo para melhor se adaptarem ao espaço urbano, e somado a isso, o processo de execução é industrial, resultado do grande número de repetições. É arquitetura porque dentro desse “mobiliário” abrigará um espaço habitável, 24 horas, e para tal a qualidade e conforto destes espaços são fundamentais para bem atenderem seus usuários, sejam os policiais como o público que a ele recorrerá.
A partir da concepção dos três elementos construtivos: módulo básico, módulo da torre de observação e módulo de ligação, foi desenvolvido duas tipologias para atender as necessidades particulares do programa de implantação do contingente de policiais. O número de Postos e a tipologia adotada dependerão da avaliação da Secretaria de Segurança do Governo do Distrito Federal, segundo seu planejamento.
O partido arquitetônico tem como premissa a adoção de um sistema construtivo industrializado. Os módulos deverão ser entregues totalmente montados, acabados e equipados, saindo da fábrica pronto para serem instalados nos locais definidos. Desta forma, a padronização dos módulos e os prazos de execução serão garantidos, com conseqüente redução nos custos de execução em função da produção em escala.
Os módulos serão fabricados em estrutura de aço com revestimento externo em fibra de vidro com isolamento termo-acústico em EPS ocupando todo o miolo, e revestimento interno em chapa de aço corrugada. As vedações também serão em painéis de fibra de vidro com tratamento termo-acústico em seu interior. O piso será flutuante, em chapa de alumínio corrugada, para fácil manutenção e permitindo total liberdade para as instalações.
Além do tratamento termo-acústico da cobertura e vedações, os módulos possuem aberturas protegidas através de marquises, da irradiação solar direta e das chuvas. A circulação de ar cruzada é garantida tanto pela abertura das portas pivotantes de acesso ao Posto, como pela abertura das esquadrias basculantes superiores que permitirão um ambiente confortável e arejado.
A implantação no local determinado será bem simplificada. Os módulos serão entregues com os pontos de içamento pré-determinados, podendo ser transportados em caminhões convencionais com guindauto. O trabalho de campo será reduzido ao posicionamento e fixação dos módulos sobre bases de concreto previamente construídas, soltando o módulo do solo. Este fato facilita as conexões das instalações à rede local, além de provocar a circulação de ar sob o equipamento.
As tipologias compostas por um módulo serão denominadas Postos Comunitários de Segurança Simples. Nas tipologias compostas por dois módulos, denominadas Postos Comunitários de Segurança Compostas, será executada também a montagem dos módulos de ligação no canteiro de obras.

Programa Básico adotado para o PCS-1 com área de 28,00 m²:
1 – Atendimento ao público;
2 – Sanitário unissex;
3 – Copa;
4 – Armário para depósito de armas, material de limpeza e materiais.

Programa Básico adotado para o PCS-2 com área de 57,00 m²:
1 – Atendimento ao público;
2 – 02 Sanitários (masculino e feminino);
3 – Ducha;
4 – Copa;
5 – Armário para depósito de armas, material de limpeza e materiais.

FICHA TÉCNICA
Local: Brasília - Distrito Federal
Proprietário: Governo do Distrito Federal – GDF
Data do Projeto: 2007
Área Construída: 250 unidades de 28m² | 50 unidades de 57 m²
Equipe: Sérgio Roberto Parada Arquitetos Associados – Sérgio Roberto Parada (autor); Rodrigo Biavati e Rodrigo Marar (co-autores); Rafael Moura (colaborador); Lenildo Santos da Silva (estrutura); Luiz Eduardo Duarte Rodrigues Pereira (instalações); Light Design (iluminação)
Construtora: MVC – Marcopolo
Fotos: Haruo Mikami e Rodrigo Biavati

Artista fotografa 'paisagens' feitas com algodão e temperos

O artista americano Matthew Albanese, de Nova Jérsei, começou a criar suas maquetes de paisagens há dois anos, quando estava insatisfeito com seu trabalho.

* Solent/BBC Brasil

Americano Matthew Albanese passa horas construindo suas maquetes, fotografadas de um determinado ângulo que lhes dá profundidade. O tufão da foto é feito de algodão



Ele conta que passa horas construindo as maquetes, usando materiais comuns como algodão, temperos de cozinha e massas de gesso e cimento, que depois "ganham vida" quando são fotografadas, graças à iluminação e ao ângulo da câmera.

"Todo aspecto, da construção à iluminação da maquete final, é cuidadosamente pré-planejado usando métodos que forçam a perspectiva do espectador quando fotografados de um ângulo específico", diz Albanese.

"Usando uma mistura de técnicas como escala, profundidade de campo, equilíbrio de cores e iluminação, consigo alterar drasticamente a aparência dos materiais que uso."

O artista afirma que todas as maquetes fotografadas acabam destruídas, já que elas são, normalmente, feitas a partir de materiais que não duram muito.

"As maquetes, normalmente, são completamente diferentes ao vivo", diz o artista, cujas paisagens, às vezes, são feitas em maquetes separadas, depois usadas para formar uma composição.

Algumas delas também são destruídos no próprio processo de fotografia.

Sobre o Mercado de Trabalho para jovens profissionais


Forte, Gimenes & Marcondes Ferraz Arquitetos

Acreditamos que o mercado de trabalho no Brasil para arquitetura é um tanto quanto selvagem. Se por um lado os arquitetos são mal pagos, têm pouco apoio governamental e falta muita estruturação e organização para nós como classe, por outro lado há poucos lugares melhores para iniciar a carreira profissional.
Há muito, muito a se construir no Brasil, e há um mercado extenso e inexplorado para arquitetos. A possibilidade de ainda jovem conseguir clientes e obras de vulto razoável é muito maior aqui do que na Europa ou nos EUA, embora profissionalmente sejamos mal remunerados, pouco valorizados em todo o processo e a estabilidade profissional é baixíssima. Claro que incomoda muito a falta de tecnologia, industrialização, a falta de seriedade com que a necessidade de um bom projeto é encarada. Mas o mercado está aí e pode ser desbravado por jovens arquitetos, com mais facilidade do que na maioria dos países, ainda que de um modo mais aventureiro.
Maior apoio governamental, promovendo maior quantidade de concursos e reservando determinados projetos para jovens arquitetos, como acontece em alguns países da Europa, seria muito bem vindo para a arquitetura brasileira.
Sobre Sustentabilidade
Atualmente a palavra sustentabilidade está em voga, em alta, mas o que se encontra, na maioria dos casos, são projetos tradicionais onde uma porção de “gadgets” ou recursos são aplicados posteriormente à concepção projetual para se resolver algumas questões relacionadas a sustentabilidade.
Acreditamos que a sustentabilidade deve surgir com o ato de projetar, ser levada em conta num primeiro momento, assim como o programa, legislação, estrutura, partido, orçamento e tantas outras variáveis. Uma boa arquitetura deverá ser e nascer sustentável em maior ou menor grau. Não acreditamos que sustentabilidade deva ser o partido arquitetônico, o mote de todos os projetos, ainda que o possa ser, mas que seja sempre considerada desde o princípio, como uma das premissas de projeto."

O Direito ao Palavrão

Luís Fernando Veríssimo

Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos.

É o povo fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português vulgar que vingará plenamente um dia. Sem que isso signifique a "vulgarização" do idioma, mas apenas sua maior aproximação com a gente simples das ruas e dos escritórios, seus sentimentos, suas emoções, seu jeito, sua índole.

"Pra caralho", por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que "Pra caralho"? "Pra caralho" tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas pra caralho, o Sol é quente pra caralho, o universo é antigo pra caralho, eu gosto de cerveja pra caralho, entende?

No gênero do "Pra caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "Nem fodendo!". O "Não, não e não!" e tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade "Não, absolutamente não" o substituem.

O "Nem fodendo" é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida.
Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência.
Solte logo um definitivo "Marquinhos, presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!". O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicínio.

Por sua vez, o "porra nenhuma!" atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional.

Como comentar a gravata daquele chefe idiota senão com um "é PhD porra nenhuma!", ou "ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma! . O "porra nenhuma", como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha. São dessa mesma gênese os clássicos "aspone", "chepne", "repone" e, mais recentemente, o "prepone" - presidente de porra nenhuma.

Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um "Puta-que-pariu!", ou seu correlato "Puta-que-o- pariu!", falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba... Diante de uma notícia irritante qualquer um "puta-que-o- pariu!" dito assim e coloca outra vez em seu eixo.
Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.

E o que dizer de nosso famoso "vai tomar no cú!"? E sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai tomar no olho do seu cú!".
Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: "Chega! Vai tomar no olho do seu cú!".
Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e saia à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.

E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu!". E sua derivação mais avassaladora ainda: Fodeu de vez!". Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que um a vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e auto- defesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? "Fodeu de vez!".

Sem contar que o nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"? O "foda- se!" aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor.

Reorganiza as coisas. Me liberta. "Não quer sair comigo? Então foda-se!". "Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!". O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição Federal.

Liberdade, igualdade, fraternidade e foda-se!. Grosseiro, mas profundo...
Pois se a língua é viva, inculta, bela e mal-criada, nem o Prof. Pasquale explicaria melhor. "Nem fodendo..."

Cônsul do Haiti diz que terremoto está 'sendo bom'

Vejam o absurdo e o cúmulo da discriminação com os negros!!

Sex, 15 Jan,
Por Redação Yahoo! Brasil

O cônsul geral do Haiti em São Paulo, Gerge Samuel Antoine, apareceu em reportagem exibida na noite desta quarta-feira no programa "SBT Brasil" dizendo que o terremoto está "sendo bom" para seu trabalho e que a tragédia pode ter ocorrido por causa da religião praticada por boa parte dos haitianos, descendentes de africanos. O vodu é uma delas.

Sem saber que estava sendo gravado pela equipe da repórter Elaine Cortez, o cônsul diz um interlocutor: "A desgraça de lá está sendo uma boa pra gente aqui, fica conhecido. Acho que de, tanto mexer com macumba, não sei o que é aquilo... O africano em si tem maldição. Todo lugar que tem africano lá tá f..."

O âncora do programa, Carlos Nascimento, informou que após a gravação foi feito um outro contato com o cônsul, interpelando-o sobre as declarações. Antoine disse que se sente preparado para o cargo.

Confira o vídeo:

Burj Dubai


Dubai inaugurou nesta segunda-feira (04/01/2010) o arranha-céu mais alto do mundo, com o objetivo de superar os limites da arquitetura e fazer um resgate de sua imagem, ofuscada pela recente crise de sua dívida financeira. Foto:Karim Sahib/AFP

Acidentes em obras de engenharia. Há como evitá-los (?).

Por Geól. Álvaro Rodrigues dos Santos

O recente rompimento da Barragem de Algodões, no Piauí, com vítimas fatais e enormes perdas patrimoniais, soma-se a uma série de acidentes graves e trágicos que vêm com freqüência acontecendo no país trazendo enormes prejuízos à sociedade e envergonhando a engenharia brasileira.


Lembremos alguns desses acidentes ocorridos nestes últimos anos: rompimento das barragens de Camará (PB), Rio Pomba-Cataguases (rejeitos de mineração) (MG), Espora (GO), PCH Belém (RO), São Gonçalo (PB), colapso do túnel da Linha 4 do Metrô paulistano na Rua Amaro Cavalheiro, colapso da ponte na BR 116 sobre a represa de Capivari (PR), vazamento abrupto da Barragem de Campos Novos (SC), bloqueio do Túnel Rebouças (Rio) por escorregamento, colapso do túnel da Linha 4 do Metrô paulistano junto à futura Estação Pinheiros, rompimento da barragem de Namorados (PR)...

Considerem-se também as dezenas de rupturas de taludes, aterros e pontes que têm levado o caos ao sistema rodoviário e ferroviário do país em épocas de maior pluviosidade, assim como inúmeros casos de outros acidentes de toda a sorte, e mesmo graves deficiências técnicas que apenas não chegaram a se caracterizar como acidentes.

É essencial que o meio técnico do país, agentes públicos privados de alguma forma associados aos empreendimentos de engenharia, associações classistas e técnico-científicas, institutos de pesquisa e Universidades, assumam sua responsabilidade na análise desse fenômeno tecnológico e, conscientes de suas causas, cuidem de superá-lo radicalmente. Certamente competência técnico-científica não faltará para tal objetivo.

Sem a coragem e a decisão para tal passo, se imporá mais uma vez a resistência cultural que infelizmente o meio técnico e empresarial brasileiro vem demonstrando para uma mais pronta e aberta análise de casos de insucessos técnicos.

Bom lembrar, exemplificando, que aqueles poucos que reivindicavam uma mais franca discussão pública das causas do acidente da Linha 4 do Metrô paulistano, como exercício natural de aprendizado, foram, a boca pequena, tachados como inimigos e detratores da engenharia brasileira; acusação injusta e imprópria, que significa, na verdade, uma total inversão de papéis, pois é justamente a intenção de esconder as falhas sob o tapete aquela que tem a propriedade de lesar a competência tecnológica instalada no país.

Com o propósito de colaborar para o bom debate proposto e necessário, destaco os seguintes aspectos envolvidos nessa lamentável série de acidentes:

- o cômodo cacoete de se culpar agentes da Natureza, destacadamente a Geologia e a Pluviometria, como os responsáveis pelos acidentes é impróprio tecnicamente, uma vez que todos os fatores naturais podem e devem ser conhecidos com antecedência de forma a serem devidamente considerados na elaboração do projeto, do plano de obra e do programa de manutenção e monitoramento do empreendimento;

- é responsabilidade maior do comando técnico de qualquer empreendimento de engenharia não permitir de forma alguma que outros objetivos desloquem ou superem em importância hierárquica os princípios da segurança e da boa técnica, sob pena de colocar em risco todo o empreendimento;

- o fator preço vem tendo um caráter privilegiadamente decisório nas licitações públicas e também nas contratações privadas, o que implica concluir que em um processo licitatório regular os concorrentes tenham na redução máxima de seus preços o principal elemento para buscar a desejada vitória na disputa. Essa prática de preços “enxugados” leva naturalmente o licitante vencedor a procurar, no decorrer da execução do empreendimento, alcançar a lucratividade que lhe pareça justa para o caso lançando mão, fundamentalmente, de quatro expedientes/diretrizes: formulações contratuais mais permissivas, terceirização de serviços essenciais, aceleração máxima do cronograma estabelecido e redução máxima dos custos de materiais e serviços envolvidos na execução do empreendimento, o que vai inexoravelmente comprometer amplamente o ambiente de obra superando em importância hierárquica os princípios básicos da segurança e da boa técnica;


- nesse mesmo quadro de redução de custos insere-se o gravíssimo expediente de se restringir as investigações geológicas e geotécnicas que seriam indispensáveis para projeto e obra, via o simplório cancelamento de investigações e contratação de profissionais sem a qualificação necessária;

- no âmbito da instituição pública contratante vêm se mostrando os efeitos danosos da continuidade de um longo processo histórico de esvaziamento técnico e perda de massa crítica tecnológica própria. Esse triste fenômeno enfraquece sobremaneira a imagem indutora de qualidade e fiscalizadora do contratante, desde a etapa de elaboração do edital de licitação, formulação dos termos contratuais, passando pelas interlocuções com os licitantes e, finalmente, ao longo da etapa de execução do empreendimento. A ausência de uma figura técnica forte e fiscalizadora da parte do contratante público sem dúvida ajuda a compor o cenário de uma frente de obra vulnerável à ocorrência de falhas e não-conformidades técnicas.

- aderente a esse quadro agregue-se a total deterioração da cultura da boa manutenção e do monitoramento técnico dos empreendimentos já em operação. Não há acidente que não dê claros sinais de sua possível ocorrência, ou seja, muitos acidentes teriam sido evitados caso viesse sendo cumprido um protocolar programa de manutenção e monitoramento técnico.

Vidas soterradas. Até quando? Existem soluções?

Por Geól. Álvaro Rodrigues dos Santos

Como um “carma” já desgraçadamente internalizado pela sociedade brasileira, especialmente por suas autoridades públicas e privadas e por sua mídia, repetem-se anualmente à época das chuvas mais intensas as tragédias familiares com terríveis mortes por soterramentos. A dor e o sofrimento causados por essas tragédias expressam uma crueldade ainda maior ao entendermos que poderia ser plenamente evitadas.


Há casos de edificações associadas à classe média e à classe rica cometendo erros elementares na ocupação de relevos acidentados, e colhendo por isso conseqüências trágicas, mas predominantemente os desastres mais comuns e fatais estão vinculados a escorregamentos em encostas de média a alta declividades ocupadas habitacionalmente pela população pobre de nossas grandes e médias cidades, Rio, Belo Horizonte, São Paulo, Salvador, Recife, Petrópolis, Nova Friburgo, Campos do Jordão, Ouro Preto, Cubatão, Guarujá, Angra dos Reis, Caraguatatuba, enfim, todas as cidades brasileiras que de alguma forma avançam sobre regiões serranas tropicais.

A exemplo das enchentes, das quedas de barreiras em nossas estradas, dos rompimentos de barragens, dos diversos e cada vez mais comuns acidentes em obras de engenharia, tudo continua se passando como se definitivamente e estupidamente decidíssemos não considerar que nossas ações sobre os terrenos naturais interferem com uma natureza geológica viva, que tem história, leis, comportamentos e processos dinâmicos próprios; natureza geológica que uma vez desconsiderada e desrespeitada responde procurando, à sua maneira, recompor-se dos desequilíbrios que lhe foram impostos.

Os escorregamentos representam exatamente isso, a natureza geológica procurando novas posições de equilíbrio.Para uma mais precisa compreensão do problema e para o correto equacionamento de sua solução, é indispensável considerar separadamente dois aspectos fundamentais, mas bem diversos, dessa questão; o fator técnico e o fator político-social-econômico.

Frente ao ponto de vista estritamente técnico, e aí se ressalta o descompromisso das administrações públicas e privadas envolvidas, vale afirmar categoricamente que não há uma questão técnica sequer relacionada ao problema que não já tenha sido estudada e perfeitamente equacionada pela Engenharia Geotécnica e pela Geologia de Engenharia brasileiras, com suas soluções resolvidas e disponibilizadas, tanto no âmbito da abordagem preventiva como da corretiva.

Cartografia Geotécnica (indicando as áreas que não podem ser ocupadas em hipótese alguma e as áreas passíveis de ocupação uma vez obedecido um elenco de restrições e providências), tipologia de obras de contenção mais adequadas, projetos de ocupação urbana apropriados a áreas topograficamente mais acidentadas, Cartas de Risco, metodologia e tecnologia de Planos de Defesa Civil, e tudo o mais que se refere à questão, são parte do ferramental que o meio técnico brasileiro abundantemente já produziu e disponibilizou à sociedade para o enfrentamento do problema.

No que concerne às componentes sociais, políticas e econômicas do problema, é essencial ter-se em conta que a população mais pobre, compelida a buscar soluções de moradia compatíveis com seus reduzidos orçamentos, tem sido compulsoriamente obrigada a decidir-se jogando com seis variáveis, isoladas ou concomitantes: grandes distâncias do centro urbano, áreas de periculosidade, áreas de insalubridade, irregularidade imobiliária, desconforto ambiental, precariedade construtiva.

Somem-se a isso loteadores inescrupulosos, total ausência da administração pública, inexistência de infra-estrutura urbana, falta de sistemas de drenagem e contenção e outros tipos de cuidados técnicos, etc. Ficam assim diabolicamente atendidas as condições necessárias e suficientes para a inexorável recorrência de nossas terríveis tragédias geotécnicas.

Ou seja, em que pese a necessidade dos serviços públicos melhorarem em muito sua eficiência técnica e logística no tratamento do problema “áreas de risco”, não há como se pretender resolver esta questão somente através da abordagem técnica. A questão também remete pesadamente para a necessidade de programas habitacionais mais ousados e resolutivos, que consigam oferecer à população de baixa renda moradias próprias na mesma faixa de custos em que ela as encontra nas situações de risco geológico.

Esses programas habitacionais poderiam reunir virtuosamente dois casos técnico-sociais de comprovado sucesso: o lote urbanizado e a auto-construção tecnicamente assistida.

A auto-construção foi o método construtivo espontaneamente adotado pela própria população de baixa renda e que maior sucesso alcançou no atendimento de suas carências habitacionais, mesmo sem assistência técnica alguma ou qualquer outro tipo de apoio. Hoje, as periferias de nossas grandes cidades são verdadeiros oceanos de auto-construções. Com certeza, um programa desse tipo, diferentemente dos programas mais clássicos, seria capaz de atender com habitações dignas e fora de áreas de risco, com razoável rapidez, centenas de milhares de famílias de baixa renda em todo o país.

Gerenciamento de Obra : Agilidade e sincronia das equipes são os maiores desafios, “porque o tempo não pára” !

Por Fabio Rocha - arquiteto titular da Fabio Rocha Arquitetura Ltda

Gerenciar uma obra significa administrar, simultaneamente, o cumprimento do cronograma e a previsão financeira, gerindo profissionais com formações e comportamentos diversificados. Caso isso não ocorra, poderá haver inúmeras perdas, tanto no aspecto financeiro quanto no emocional, comprometendo a qualidade e o tempo. Quem já participou de construções ou reformas mal administradas pode enumerar seus transtornos.

Além da equipe de profissionais ser grande e diversificada (técnicos de ar-condicionado, montadores de móveis e divisórias, colocadores de carpetes e pisos, pedreiros, eletricistas, encanadores, pintores, gesseiros, vidraceiros, serralheiros, paisagistas, etc...), e, portanto, necessitar de coordenação e supervisão constantes, deve-se atentar para dois aspectos muito importantes: a previsão financeira, que requer constante monitoramento e o cronograma executivo que, caso não seja cumprido, pode, além de causar dissabores, gerar gastos em virtude de pagamentos de novas diárias, alimentação, entre outros.

Infelizmente, não é raro se deparar com obras mal-acabadas, ou ainda, encerradas antes do término justamente por falta de verba.

Segundo Fabio Rocha, arquiteto titular da Fabio Rocha Arquitetura Ltda, “o gerenciamento é parte de qualquer obra, devendo ser compreendido como um investimento indispensável”. Mesmo com os custos envolvidos na contratação do gerenciador, os ganhos são significativos: rapidez na conclusão dos prazos, segurança nas informações e confiança no suporte técnico são, com toda certeza, fatores que reduzem o estresse do cliente e justificam este serviço.
Explica ainda que “o gerenciador é o técnico responsável pela execução da obra, ou seja, é aquele profissional que concretizará as idéias concebidas em projetos”.

Desta forma, será responsável por:
- Contratar mão-de-obra especializada;
- Coordenar cada profissional individualmente, em todas as etapas;
- Escolher materiais e acabamentos, e acompanhar sua utilização, evitando desperdícios;
- Respeitar e cumprir o orçamento e o cronograma;
- Zelar pela fiel execução dos projetos.

Alterações podem ser necessárias no decorrer da obra devido imprevistos, e nestes casos o bom gerenciador mostrará a melhor solução, sem comprometer o projeto aprovado.

10 Verbos Indispensáveis ao Gerenciador
1- Observar: esta capacidade possibilita verificar se a estratégia elaborada está dando resultado ou se serão necessárias novas ações para que o prazo seja cumprido.
2 -Orientar: o gerenciador que não orienta a equipe, mantendo-a plenamente informada sobre as previsões do projeto aprovado pelo cliente coloca em risco toda a obra. O mesmo vale para aquele que orienta sem aprofundar algumas questões ou sem saber se foi compreendido.
3 - Acompanhar: nenhuma orientação funciona, efetivamente, se não houver acompanhamento do desempenho da equipe.
4 - Comunicar: a maneira como o gerenciador se comunica é o que define o sucesso de uma decisão. Numa obra todos devem ser comunicados sobre ocorrências que interfiram nos trabalhos de um ou mais profissionais.
5 - Motivar: uma palavra de apoio e um tom amistoso fazem verdadeiros milagres quando uma equipe, ou indivíduo, apresenta cansaço por conta das horas contínuas de trabalho, da pressão quanto ao cumprimento dos prazos e da qualidade da execução.
6 - Compreender: compreender não significa ser paternalista e passar a mão na cabeça diante de um erro cometido ou não cumprimento de uma tarefa ou prazo. O bom gerenciador deve ter a capacidade de colocar-se no lugar do outro e ser justo e objetivo ao tomar alguma decisão, destacando sempre a importância de cada trabalho para o andamento e conclusão da obra.
7 - Aprender: livros, cursos e palestras proporcionam muita informação, e também não se pode desprezar todo o conhecimento que cada indivíduo da equipe possui.
8 - Ouvir: talvez esta seja uma das melhores características do bom gerenciador. Ouvir, ouvir e ouvir. Ouvir o cliente, a equipe, os colaboradores do cliente. Grandes contribuições para correção ou criação de estratégias surgem a todo instante. É preciso estar atento!
9 - Equilibrar: na função de líder de equipes, deve tomar decisões de forma ponderada. Equilíbrio traz tranqüilidade e neutraliza qualquer tipo de insatisfação.
10 - Liderar: ação essencial que, de modo geral, engloba todas as outras. Através da liderança se estabelece um canal de envolvimento e cumplicidade com as equipes, tornando possível a realização de tarefas e o cumprimento dos prazos.

A Importância do Controle dos Gastos em Obras de Construção Civil

Por Olegário Mariano de Oliveira - http://www.controlaobra.com.br

Se você é daqueles que acha que sempre pode gastar sem pensar, que depois "corre atrás do prejuízo", saiba que no ramo de construção civil, nem sempre isso é recomendado. Às vezes uma obra inacabada por falta de verba, pode levar a deterioração da mesma e colocar em risco todo o capital já investido.
Se “comprar por impulso” faz parte do seu cotidiano, saiba que esta atitude não cabe para quem quer construir, pois se você planeja um determinado tipo de material e na hora de comprar se deixa levar por uma propaganda qualquer e muda este tipo, pode ser que tenha de rever “n” outros custos por conta disso. Por exemplo, se você planejou usar tijolo baiano e na hora H optou pelo comum, saiba que terá de rever os consumos de ferro, pedra, areia e cimento, além é claro do custo da mão-de-obra para assentamento.

Acima, comparativo somente da quantidade de tijolos e do consumo de argamassa para assentamento. ( fonte : www.ufrrj.com.br )
Outra dica é a respeito das compras a prazo. Para não perder o controle dos gastos, anote sempre o número de parcelas e os valores que serão pagos a cada mês.
Tão importante quanto a previsão do custo da obra, é o acompanhamento dos gastos da mesma, para que a qualquer momento você possa comparar o previsto com o realizado e corrigir o “rumo”, se for necessário.
Recomenda-se que tanto a previsão do custo, quanto o acompanhamento dos gastos, tenham um nível de detalhamento suficiente, para pelo menos se ter a visão da obra por fases.
Existem vários recursos para se fazer estes controles. Para a previsão dos custos temos vários sistemas, alguns simples e outros mais complexos, inclusive com apropriação de custo contábil, geralmente utilizado por grandes construtoras e incorporadoras.
Para o usuário final e pequenos construtores ou empreiteiros que não podem bancar a aquisição de um sistema para isso, a boa e velha planilha pode ser um recurso bem interessante. Também temos no mercado sites que podem auxiliar o usuário nesta tarefa, um exemplo para o controle dos gastos é o site www.controlaobra.com.br, que além de ser de uso gratuito, também permite a interação com as planilhas dos usuários através da geração dos relatórios dos gastos em formato excel.
Em resumo, o importante é controlar. Não se pode deixar as coisas “correrem” sem o mínimo de controle, pois podemos passar facilmente de um sonho para um pesadelo e é claro ninguém quer isso, não é ?

A Construção Civil e seus Resíduos

Por Arq. Elka Porciúncula do IBDA - www.forumdaconstrucao.com.br

O gerenciamento de resíduos na construção civil tornou-se premissa urgente em todo o processo construtivo, digamos até projetual. Percebemos que é cada vez maior a preocupação com o meio-ambiente para resolver os graves problemas enfrentados pela humanidade provocados pelo aumento dos resíduos produzidos na crescente ocupação urbana para atendimento de uma demanda populacional aumentando vertiginosamente.

Estamos certos que a destinação incorreta desses resíduos provoca conseqüências desastrosas ao habitat afetando a qualidade de vida da coletividade. Conseqüentemente o gerenciamento dos resíduos de uma obra acarreta uma redução na quantidade gerada com a triagem, reutilização e reciclagem deste produto, bem como a correta destinação dos resíduos em aterros apropriados com a localização adequada.

Assim sendo o setor da construção civil precisa se enquadrar neste cenário de responsabilidade com o meio-ambiente e a comunidade local, justificando a iniciativa de implantar sistemas de destinação correta de seus resíduos com as mais recentes técnicas de execução, operação e monitoramento minimizando assim os efeitos poluidores do habitat e melhorando a qualidade de vida da comunidade assentada.Uma obra é responsável pelo gerenciamento dos resíduos gerados até a disposição final.

Sendo o gerador de resíduos o responsável pelo destino correto de seu produto gerado, a escassez de informações e de alternativas disponíveis para esse fim e a carência de pessoal especializado faz com que o planejamento de métodos construtivos no Brasil dispense, cada vez mais, grande atenção a tal responsabilidade O processo construtivo tem como conseqüência à geração de resíduos que precisam de tratamento e destino adequados.


Resíduos de obra não devem ser depositados livremente em aterros sem os cuidados necessários. Esses resíduos podem apresentar propriedades que podem comprometer a área onde o aterro está localizado e áreas sob sua influência Em face dessa realidade é desejável e necessário que a preocupação com as etapas de projeto e planejamento construtivo seja seriamente considerada por todas as esferas envolvidas no processo produtivo.

Assim sendo, são primordiais a destinação e tratamento, geograficamente próximo e economicamente viável para os resíduos gerados, a fim de permitir que ações integradas proporcionem a melhoria da situação atual e a diminuição dos riscos associados ao destino inadequado dos resíduos.

Na operacionalização do Sistema de Gerenciamento a empresa visa atender os requisitos ambientais e de saúde pública, conforme legislação vigente, para tal deve atender critérios de projetos que se preocupem com modulação, escalas, e correta utilização dos materiais de construção, a compatibilização em fase de projetos também é indispensável para atingir metas desejadas.

Roteiro de Preços - Orientação para Composição de Preços de Estudos e Projetos de Arquitetura e Engenharia

Publicada pelo IBDA - Fórum da Construção

A qualidade tem preço - O Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva – Sinaenco, acaba de publicar o documento "Roteiro de Preços - Orientação para Composição de Preços de Estudos e Projetos de Arquitetura e Engenharia".


Elaborado pelo Sinaenco-SP, o trabalho tem o objetivo de orientar as empresas de arquitetura e engenharia e seus clientes na tarefa de identificar, quantificar e orçar os recursos humanos e as despesas necessárias para o adequado desenvolvimento de estudos e projetos.

O texto sugere procedimentos para a orçamentação dos serviços, considerando as boas práticas do setor. Inclui os custos dos serviços, as despesas indiretas, impostos e encargos sociais.

Para obter o documento (em formato PDF) acesse o endereço
www.sinaenco.com.br/downloads/roteiro de preços.pdf

Obra parada, resultado da falta de planejamento e de administração - Parte II

Por Arq. Iberê M. CamposIBDA - http://www.forumdaconstrucao.com.br/

Vejamos portanto o que costuma levar à paralisação em diversos tipos de construção, residencial, comercial e pública: Obras residenciais A construção de uma residência é um investimento de extrema importância para seu proprietário. Muitos economizam toda a vida até sentir-se apto a iniciar um empreendimento deste vulto. Como o dinheiro foi difícil de conseguir, procuram economizar em tudo, do cimento até o azulejo e, muitas vezes por falta de informação, deixam de investir no mais importante, que é um bom administrador para a obra.

Sim, estamos falando do que se “gasta” com o planejamento da obra. Deixamos o “gasta” entre aspas, pois muita gente ainda confunde o investimento com Arquitetos, Engenheiros e Mestres de obra como “gasto”, preferindo fazer uma “plantinha de prefeitura” e depois contratar os pedreiros por conta própria, como se uma obra não precisasse de outros profissionais como encanadores, eletricistas, telhadistas, pintores, marceneiros, armadores, vidraceiros, jardineiros...


É o mesmo que dissemos quanto ao teatro, cada um destes profissionais precisa entender o que é para ser feito, elaborar seu orçamento, planejar o tempo que será gasto e saber quando deve entrar e sair da obra. E isto só é possível de ser feito se houver um planejamento prévio. Quando eles percebem que isto não existe, ou seja, que a obra é uma “bagunça”, colocam um “coeficiente de segurança” em cima, isto é, “por via das dúvidas” cobram bem mais do que seria razoável, pois pode surgir algo extra e que não conseguirão repassar para o proprietário.

Um dos grandes causadores das obras residenciais paradas é o fato do proprietário ter ficado sem dinheiro. Descontados os fatores externos e imprevisíveis, dos quais falamos no início deste artigo, o que acontece na maioria esmagadora dos casos é que o valor da obra foi mal avaliado. E porque isto acontece?

Pelo minha experiência, após acompanhar centenas de obras residenciais, penso que acontece o seguinte:
A pessoa pensa em construir. Ao invés de contratar os profissionais adequados para fazer um orçamento sério -- o que custará algo entre 0,5 a 1% do valor da obra -- prefere perguntar para os amigos, para o corretor de imóveis e para o pedreiro “quanto está o metro quadrado de uma construção”. Com base nisto, faz seus cálculos: -- “Bem, o metro quadrado está em R$ 500, minha casa vai ter 200 metros, logo vou gastar R$ 100.000”.

Só que ele se esquece de que o valor de R$ 500 por metro quadrado não inclui a área externa, armários embutidos, o arrimo que teve que fazer no vizinho, as cobranças extras dos profissionais porque “teve mais serviço do que o combinado” e muitos outros fatores não previstos, isto sem falar do fato de que os R$ 500 foram absolutamente chutados, é um valor que, na melhor das hipóteses, é a média das médias. Para saber o valor certo, só mesmo fazendo o orçamento para aquela obra, única e exclusivamente para ela.

Outro fator muito comum que acontece nas obras residenciais é o famoso “já-que”, conforme já falamos em artigo anterior. O proprietário se entusiasma com a construção ou reforma e acaba fazendo uma obra muito maior do que precisaria ou do que poderia. Quando se dá pela coisa, já gastou todo o dinheiro de que dispunha e a obra parou pela metade, ou seja, ele fica sem o dinheiro e sem a casa...

Edifícios e conjuntos residenciais


Uma residência unifamiliar geralmente é feita pelo futuro morador, enquanto que os conjuntos residenciais, horizontais ou verticais, são empreendimentos feitos com fins comerciais, isto é, serão vendidos aos seus futuros moradores. Estes empreendimentos poderão ficar em um condomínio, como acontece nos prédios de apartamento, ou serem desdobrados em várias unidade autônomas, como acontece nos famosos conjuntos de “sobradinhos”.

Como a intenção é ganhar dinheiro, será dada a devida atenção dada ao planejamento e aos detalhes. Cada pequeno gasto a mais numa unidade vai representar um bom dinheiro no final. Imagine uma tomada a mais colocada num dormitório, num edifício com 50 unidades serão 50 conjuntos de tomada, caixinha, e meia hora de trabalho profissional, contando tubulação, caixa, fiação, colocação do interruptor e fechamento do quadro.


Quem é experiente na construção de empreendimentos comerciais na área da construção sabe que é preciso muito planejamento antes de iniciar a obra propriamente dita, inclusive com assessoria no ramo imobiliário e advocatício, pois além das dificuldades da própria obra é preciso cuidar de coisas externas, como a documentação no registro de imóveis, CRECI e cartório de títulos e documentos.

Mas com tanto planejamento, o que é que causa a paralisação deste tipo de obra? Além dos problemas externos, de que já falamos no início do artigo, a maior parte das paralisações acontecem pela dificuldade financeira do empreendedor. Claro que pode ter havido erro no planejamento, mas o que costuma acontecer mesmo é a falta de recursos para tocar a obra no ritmo planejado, o que aumenta o custo e causa ainda mais dificuldade para o empreendedor, num círculo vicioso que transforma a obra em um buraco negro que suga todos os recursos do empreendedor.
Assim, quando se pretende comprar um imóvel na planta é muito conveniente checar a saúde financeira dos empreendedores, checando se há reclamações na justiça ou nos cartórios de protesto contra as empresas envolvidas.

Algumas obras acabam paralisadas por ações na justiça, por estarem infringindo alguma lei ambiental, fato comum nos condomínios no litoral dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Podem também ter aparecido algum problema não detectado durante a etapa de projeto como, por exemplo, solo instável ou com resíduos de poluição, como aconteceu recentemente na Grande São Paulo onde um bairro inteiro teve que ser evacuado porque os habitantes estavam ficando doentes devido à grandes concentrações de resíduos tóxicos que se infiltraram no subsolo durante as décadas em que funcionou no local uma empresa de produtos químicos.

Obras públicas Este é um caso, infelizmente, muito comum no Brasil, bem mais do que desejaríamos. Viadutos, escolas, postos de saúde, hospitais, creches e todo tipo de edifício público sofre com as obras paradas. Quem não se lembra do caso do juiz Nicolau que desviou milhões de dólares dos cofres públicos e que agora está “sofrendo” com uma prisão domiciliar, com direito a guarda pessoal mantida pela polícia federal, ou seja, por todos nós. E do dinheiro desviado mesmo, nem notícia, só uma pequena parte foi recuperada.

É uma verdadeira vergonha e um retrato exato do porquê muitas obras públicas são iniciadas e nunca terminadas. Mas não é só a corrupção que pesa contra elas, também há gerenciamento deficiente, projetos mal elaborados, concorrências mal planejadas e com “vícios”, para não dizer outra coisa. Pior ainda são alguns dos fatores que aumentam a dificuldade de fazer obras públicas, isto é, além dos problemas típicos de todas as obras, as construções públicas ainda têm que passar por um emaranhado legal e burocrático que complica demais o processo todo, daí ser muito mais fácil, em termos percentuais, encontrar uma obras paralisadas dentro do setor público do que entre a iniciativa privada.

Certamente, a maioria das pessoas envolvidas no setor público são sérias, honestas e eficientes, notadamente entre os profissionais liberais que prestam serviços para o governo e as empresas fornecedoras. Mas há uma pequena minoria que mancha a reputação da administração pública, fato que vem sendo mostrado amplamente pela grande imprensa.

A curva de gastos de uma obra

A grosso modo, uma obra bem planejada tem duas etapas principais: planejamento e execução. Na fase de planejamento são feitos os estudos iniciais, como sondagem do sub-solo, aprovação nos órgãos públicos, projetos arquitetônico e executivo, orçamentos e cotações de preço para os diversos fornecimentos que serão necessários para iniciar os trabalhos de campo.

Desprezando esta etapa inicial, que corresponde a algo entre 5 a 20% do valor da obra, dependendo do seu tipo, vamos falar apenas dos gastos nos trabalhos de campo, isto é, a construção propriamente dita. Já falamos disto em um artigo anterior, por enquanto basta dizer que as despesas entre o início e o término de uma obra não são lineares ao longo do tempo. Por exemplo, uma construção que custará R$ 100.000 ao longo de 10 meses não vai gastar exatamente R$ 10.000 ao mês.

Isto acontece porque uma obra tem uma concentração de gastos no início e próximo ao final, com um tempo de “trégua” entre estes picos. Acompanhe pela figura ao lado, note que em aproximadamente metade do tempo os gastos mensais diminuem. É aí que muitos proprietários que não souberam se planejar erram, pois quando surge esta “trégua” a obra já está levantada, coberta e iniciando o acabamento, o que engana muitas pessoas sem experiência em obra. Parece que está tudo “quase” pronto, mas aí é que começa uma das partes cruciais da obra -– o acabamento.
Em termos de tempo, o acabamento começa quando falta, digamos, 30% para o término da obra, mas neste mesmo ponto, em termos de orçamento, faltam 40% ou mais do custo total da construção.
Claro que estamos falando em termos muito, muito genéricos, pois cada obra é um caso diferente do outro, o que justifica ainda mais o que estamos tentando dizer neste modesto artigo, ou seja:
Construção precisa de projeto, planejamento e administração!
Imagine que você precise fazer uma cirurgia no coração e está se dirigindo ao hospital. Como você se sentiria se, ao chegar no hospital, percebesse que os médicos e enfermeiros não foram chamados, os aparelhos e instrumentos não foram checados, os exames necessários não foram analisados pela equipe de cirurgia e, pior, ninguém no hospital sabia que você estava chegando e que ia fazer um procedimento tão sério.
Pois é, quando se vai construir, é a mesma coisa... tudo tem que estar planejado, o material encomendado, os profissionais precisam estar contratados e sabendo o que se espera deles.
Descontando-se fatores imprevisíveis como mudanças na economia e desastres particulares dos empreendedores, obra parada significa obra que foi mal planejada ou mal administrada. Por isto, em seu próximo empreendimento não pense duas vezes, ou melhor, PENSE duas vezes -- contrate profissionais devidamente habilitados.
Planeje sua obra corretamente para conseguir fazê-la do começo ao fim, obtendo um edifício bonito, saudável e funcional. Gastar com projeto e planejamento não é “despesa”, pelo contrário, é um investimento inteligente e rentável, compre esta idéia!

Obra parada, resultado da falta de planejamento e de administração - Parte I



Por Arq. Iberê M. Campos
IBDA - http://www.forumdaconstrucao.com.br/

Quem anda por aí observando as construções certamente já reparou nas obras paradas que se espalham pelas ruas de todo o Brasil. Residências, prédios de apartamentos e obras públicas são as vítimas mais constantes deste mal, cada uma por suas razões mas que, no final, se resumem a falta de planejamento, um dos principais sintomas da administração deficiente.

Construir é um investimento que requer capital, planejamento, conhecimento técnico e tempo, muito tempo. Uma obra “rápida” leva seis meses, obras maiores se estendem por vários anos. Ao longo deste processo muitas coisas podem ocorrer. A economia pode murar de rumo. Os negócios do empreendedor podem dar uma virada e ele não conseguir dispor do capital que havia reservado para a obra. O mercado pode ter se modificado e aquele edifício perdeu o significado. Pode ter havido troca de governo e os novos representantes públicos houveram por bem interromper determinada construção.
Repare que todos estes fatores são externos, ou seja, nada têm a ver com o planejamento e a administração da obra em si e, importante, são imprevisíveis. É como se você planejasse uma viagem e no meio do caminho batesse o carro, ou seja, são coisas contra as quais devemos nos precaver mas não podemos contar com eles, assim nesta análise que fazemos aqui vamos nos ater apenas às coisas concretas e previsíveis.

Quando se fala de construção, a realidade é que mm empreendimento deste tipo é, evidentemente, complexo e necessita de vários tipos de profissional. São dezenas de especialistas que vão, pouco a pouco, fazer sua parte para que no final o edifício cumpra a finalidade para o qual foi idealizado. Cada um destes profissionais precisa ter um plano de ação, até para poder fazer um orçamento justo e correto em termos de material, mão-de-obra e tempo de execução.

Por incrível que pareça, muita gente pensa que a obra começa quando chega o pedreiro. Que enorme, gigantesco engano! Quando o pedreiro ou empreiteiro chega no terreno, para começar os trabalhos, muita coisa já foi feita -– projeto arquitetônico, projeto de instalações elétricas e hidráulicas, de estrutura, fundação e de impermeabilização, compra de materiais, aprovação nos órgãos públicos, orçamentos de diversos tipos...

E quem é que faz tudo isto? São Arquitetos, Engenheiros, desenhistas, orçamentistas... e o que se gasta com estes profissionais, retorna ao investidor ao longo da obra, com juros e correção monetária.

Uma construção bem planejada é como uma peça de teatro, cada ator sabe exatamente quando deve entrar em cena e o que tem de fazer, preparando o terreno para os próximos atos. Numa construção, se esta seqüência for mal planejada ou mal executada resultará no inevitável:
1 -- A obra custará bem mais do que o estimado inicialmente;
2 -– O edifício não ficará como era esperado, ou seja, não atenderá à finalidade que se esperava dele, ou então
3 –- Aparecerão defeitos como trincas, infiltrações, insalubridade ou instalações elétricas e hidráulicas problemáticas.

Isto, claro, se a obra chegar ao fim. Na maior parte dos casos, o destino de uma obra mal planejada é a paralisação, porque acaba-se o dinheiro do construtor.

Vejamos portanto o que costuma levar à paralisação em diversos tipos de construção, residencial, comercial e pública:

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Roteiro da Economia para Construção da Casa

Da escolha do terreno aos acabamentos, a construção pode ter seus custos significativamente reduzidos, desde que o processo tenha um planejamento e uma organização adequado. As dicas abaixo buscam, de forma bastante resumida e simplificada, mostrar como:
COMPRA DO TERRENO
• se possível, escolher um terreno plano, o que representará menos gastos com terraplanagem e fundações;
• para avaliar o solo, é importante contratar uma empresa de sondagem; caso o resultado apresente um solo de boa resistência superficial, será possível utilizar uma fundação tipo sapata corrida (uma laje armada horizontalmente, de 50 a 60cm, em valas de aproximadamente 1 metro de profundidade), que consome menos concreto;
• em um lote acidentado é possível fazer terraplanagem, mas a necessidade de fazê-la ou não será definida pelo projeto arquitetônico, que pode tirar proveito da inclinação ou dos acidentes naturais do lugar;
• para terrenos em declive, uma solução pode ser a utilização de uma estrutura independente.
PROJETO
• é altamente recomendável investir na contratação de um arquiteto ou engenheiro civil, informando a este profissional o quanto se pretende gastar com a construção;
• revisar o projeto e esclarecer todas as dúvidas até o fim. É muito mais fácil e barato solucionar erros e pedir mudanças na fase do projeto do que derrubar paredes durante a obra;
• o telhado é um dos itens mais caros da construção; mansardas e outros recortes no desenho da cobertura representam mais custos de material e mão de obra;
• concentrar banheiros e cozinha numa mesma área permite otimizar o uso da tubulação hidráulica necessária;
• sobrados geralmente custam menos que casas térreas; com o mesmo telhado cobre-se o dobro de área construída, além de utilizar-se praticamente o mesmo tipo de fundação;
• a construção de ambientes como adega e salão de jogos somente devem ser previstos caso sejam realmente utilizados;
• uma planta cheia de recortes dificulta a execução do serviço, requer mais material e representa mais área de pintura;
• recortes em pisos de cerâmica, azulejos e outros materiais de acabamento (para assentamento nos cantos) são fonte de desperdício, pois dificilmente é possível aproveitar as sobras. Ambientes projetados com dimensões adequadas às medidas-padrão desses materiais evitam essas perdas.
PLANEJAMENTO
• depois que o projeto estiver completamente definido, é necessário um planejamento da obra. Elaborada em conjunto com o profissional responsável pela obra, uma planilha pode registrar a ordem de execução dos serviços, duração e custo de cada fase da obra, evitando-se gastos com mão-de-obra e/ou materiais não necessários no momento;
• o fluxo de caixa deve ser controlado para não correr o risco de parar a obra por falta de dinheiro (obra demorada é sempre mais cara). Anotar na planilha todos os gastos e sempre guardar recibos e notas fiscais, pois eles serão úteis para declaração do Imposto de Renda e para enfrentar eventuais problemas legais;
• mesmo que os materiais de acabamento ainda não tenham sido escolhidos, devem ser anotadas na planilha especificações dadas por quem fez o projeto, como tamanho, espessura, tonalidade, classe de abrasão e nível de absorção de água das cerâmicas, o mesmo valendo para outros itens, como madeira e carpete, poupando tempo na hora de pesquisar e comprar.
CONTRATAÇÃO DE MÃO-DE-OBRA
• preferencialmente, somente chamar profissionais conhecidos ou indicados por amigos ou parentes; se possível, é bom ver um trabalho pronto;
• utilizar uma equipe que normalmente trabalha para o seu arquiteto ou engenheiro pode ser mais cômodo, mas nem sempre sai mais em conta. Caso outros operários competentes e de confiança sejam conhecidos, verificar com o profissional responsável pela obra se não há empecilhos, fazer a cotação com os dois grupos e então decidir;
• quando se tem um empreiteiro, é ele o responsável pela contratação e pagamento de encargos trabalhistas. Se a administração da obra não contar com esse profissional, é importante estabelecer uma relação contratual por escrito com os operários, especificando o tipo de serviço que se espera deles, o prazo e o valor. Não se deve esquecer de recolher o INSS dos trabalhadores, caso contrário esse valor terá que ser acertado de uma só vez ao requerer o Habite-se à prefeitura, evitando problemas com a Justiça do Trabalho;
• determinar uma forma de pagamento baseada na produção, estabelecendo assim que o pagamento da mão-de-obra ficará condicionado ao cumprimento de determinadas etapas e prazos;
COMPRA DE MATERIAIS
• pesquisar exaustivamente os preços de materiais e pedir orçamentos por escrito. Para poupar tempo, verificar se a loja fornece orçamentos por fax ou e-mail. Fazer a pesquisa levando em conta os parâmetros estabelecidos pelo profissional que elaborou o projeto, tentando achar a melhor relação entre qualidade e preço (não esquecendo que, além do custo de construção, há também um de manutenção, ou seja, materiais de baixa qualidade só são economia a curto prazo, e em pouco tempo a obra começará a apresentar problemas);
• lembrar de incluir o frete na conta da pesquisa, caso necessário;
• às vezes, é possível fechar um pacote para a compra de uma grande quantidade de materiais numa única loja e, assim, negociar um desconto ou o pagamento a prazo. A pechincha é regra básica;
• tentar, se possível, fazer compras em conjunto caso haja vizinhos construindo perto. Quanto maior a quantidade de material encomendado, maior o poder de barganha para negociar preços, além de ser possível dividir os custos de frete;
• conferir se o material entregue na obra é o mesmo comprado e se está na quantidade certa. Cuidados redobrados devem ser tomados com material a granel, como areia;
• pesquisar também em lojas de materiais de demolição e cemitérios de azulejos. Neles é possível encontrar muita coisa em bom estado e por um bom preço (nas capitais onde virou moda materiais de demolição, eles chegam a custar mais caro que o material novo. A alternativa é procurar em cidades pequenas ou nas proprias demolições);
• a compra antecipada de materiais de acabamento deve ser feita considerando uma margem de aproximadamente 10% de sobras para cobrir quebras e consertos futuros;
ACOMPANHAMENTO
• é importante acompanhar de perto a obra para ter certeza de que o planejamento está sendo cumprido e de que não há desperdícios. Caso isso não seja possível, deve-se escolher um profissional competente e de confiança para tanto.
ESTOCAGEM
• observar o prazo de validade de materias como o cimento. Não deve ser armazenada muita quantidade nem com muita antecedência (a planilha ajuda essa programação);
• o material deve estar protegido da chuva, vento e outras intempéries. A areia e o cimento têm que ser cobertos, a madeira em local abrigado e com ventilação. Evitar deixar materiais em caixas de papelão ao relento;
• evitar construir no período mais chuvoso de sua região.
ACABAMENTO
• evitar comprar materiais da moda; os tradicionais, além de ser mais baratos, são mais fáceis de repor;
• pisos de cimento queimado coloridos podem substituir mármores e granitos em locais que pedem resistência a um custo baixo. Se não for bem executado, o piso pode rachar;
• paredes internas não precisam de reboco, podendo-se pintar diretamente o tijolo aparente com latéx, economizando massa e mão de obra. Nas paredes externas é possível aplicar um reboco feito com areia naturalmente colorida, que custa o preço do reboco normal e não precisa de pintura. Para maior garantia, pode-se fazer uma proteção com silicone;
• materiais de acabamento nobre mais baratos podem ser encontrados, junto aos fornecedores, em promoção ou sobras;
• seguir a linha da parede no assentamento de pisos e azulejos consome menos peças; a colocação na diagonal requer mais recortes, implicando em mais material para cobrir a mesma área;
• os azulejos não precisam ir até o teto; as meias-paredes podem receber um barrado colorido para complementação;
• evitar esquadrias desnecessárias, pois, individualmente, elas são o item mais caro da obra. Elementos vazados podem eventualmente substituir algumas delas sem prejuízo da iluminação ou ventilação;
• no entulho da obra podem existir materiais que podem ser reutilizados (por exemplo, pedriscos que sobram a cada peneirada de areia podem virar um caminho no jardim);
• se possível, utilizar peças de linha, em tamanho-padrão, para gabinetes, pias e espelhos.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - abr/98