O Arquiteto e a estrutura



“Não se pode imaginar uma forma que não necessite de uma estrutura, ou uma estrutura que não tenha forma”. Esta frase extraída do texto "O que é estrutura" ilustr muito bem o título. Com este conceito podemos entender bem a função de um arquiteto quanto à compreensão de uma estrutura.
Quando se aborda a concepção de uma estrutura através da análise da forma, fica evidente que o homem sempre usou a natureza e a intuição para entender o conceito de sustentação, seja ela complexa ou simples, e o que parece simples acaba mostrando a capacidade do homem de entender o ambiente a sua volta. As necessidades tomam forma a partir das necessidades e objetivos, sejam eles de beleza, praticidade ou econômica, usando e aprimorando técnicas construtivas.

O cálculo estrutural entra a partir do momento que é preciso concluir o que se intuiu com a análise de cada material, objetivando sintetizar e aproveitar as propriedades de cada elemento.
O conceito orgânico de uma estrutura, até a introdução dos conceitos de força, cargas e tensões, depende de extrema sensibilidade e competência do arquiteto.


Este conceito é resumida pela frase de Niemeyer quando diz: “minhas obras já estão prontas no momento da desforma do concreto.”
A arquitetura é uma arte recente, em que sua origem remonta a 10.000 anos, e está em constante aprimoramento técnico. Somente quando o homem passou a ter uma vida sedentária, com o aprimoramento da agricultura e da domesticação de animais, é que foi possível aprimorar também a arquitetura. Por isso, o homem vem aprendendo ao longo de sua evolução, e através de situações reais, a melhor maneira de se eternizar uma construção.
Basicamente, a arquitetura vem suprir as necessidades sociais humana, sejam elas religiosa, particular ou coletiva, criando um ambiente propício e confortável para o ser humano. E essas necessidades ficaram imutáveis por milhares de anos. Tanto o homem das cavernas quanto o homem das grandes metrópolis atuais, têm a mesma necessidade: um lugar para criar a família, reunir, orar e socializar. Essas necessidades são básicas a centenas de anos. São os materiais empregados que tiveram uma evolução (e porque não dizer revolução) tecnológica que possibilitou a execução de grandes obras com custos razoáveis, o que a centenas de anos atrás seria impraticável.


E para atender a essas necessidades, concomitantemente há a questão estrutural. Desde a antiguidade o homem vem aprendendo, através de tentativa e erro, a como manter um edifício de pé. Hoje pode-se vencer cargas eólicas, térmicas e terremotos, construir pontes com grandes vãos, usar materiais leves mas de grande resistência, condicionar ambientes em locais inóspitos ao homem. Tudo isso só foi possível com estudos de cargas permanentes, dinâmicas e acidentais, que teve seus estudos aprimorados e atualizados, trazendo grandes conquistas para a construção moderna.
A modernidade nos dá condições de estudar virtualmente os problemas e mostra soluções que antes eram possíveis somente por tentativa e erro, o que no mundo contemporâneo é impossível, pois os custos estão na frente de qualquer empreendimento.