PRAÇA DA SOBERANIA




Depois de 50 anos de sua inauguração Oscar Niemeyer visita Brasília, e como um pai que reencontra um filho, percebe os erros e acertos, decepções e vitórias inerentes ao ser humano. Além de percebeu que na área central faltava um espaço de convivência, recebeu o pedido do Governador do Distrito Federal José Roberto Arruda de conceber um estacionamento, e a idéia do Presidente Lula da criação de um Memorial dos ex-presidentes.
Diante destas demandas nasce o projeto da PRAÇA DA SOBERANIA, que conta com um estacionamento subterrâneo para 3.000 carros, o Museu dos Ex-presidentes e o Museu da História do Brasil. Segundo Niemeyer “um marco para causar perplexidade”, que basicamente é uma pirâmide esticada com mais de 100m de altura.






Em maio de 2009, Oscar Niemeyer apresentou nova versão para o projeto da Praça Soberania. Desta vez Niemeyer reduziu o monumento pela metade (de 100m para 50m) e o deslocou do centro para preservar a visibilidade da Esplanada dos Ministérios. A ideia inicial de Lúcio Costa era permitir a visualização de toda a Esplanada a partir da rodoviária de Brasília. Em nova entrevista ao Correio Braziliense (29/05/2009) afirma que a praça “é bonita, é monumental” e que tem “o direito de fazê-la. Brasília não é só urbanismo, é também arquitetura.” Reforça “essa praça não tem discussão.” Esqueceu-se apenas de considerar que longe vai o tempo em que Brasília era uma cidade imaginada e determinada em planta baixa por um arquiteto. Existem hoje as pessoas de Brasília e estas, mesmo que o magnífico arquiteto as considere um estorvo por seus pensamentos individuais, afetam de alguma forma a cidade e são afetadas por ela e, sobretudo, cumprem o seu dia-a-dia na capital federal. Pesquisa apontava que 76% da população de Brasília era contra o projeto.


André Correa do Lago: O elemento decisivo para que ele retirasse a proposta se deve ao fato de que não estava ocorrendo um debate sobre arquitetura, e sim sobre urbanismo. O questionamento não era em torno da qualidade, mas da localização do projeto.




“Toda capital tem que ter uma praça aonde o povo chega e se espanta. (…) Será um grande monumento em triângulo para mostrar o progresso de nosso país. É para causar perplexidade em quem vê.”
Oscar Niemeyer

O Governo decide, com o pretexto de falta de recursos e tempo para sua execução, abandonar "temporariamente" o projeto.