"Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país. No curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein." Oscar Niemeyer. Este blog tem o objetivo de divulgar textos, notícias, dicas e curiosidades do mundo da arquitetura e da construção. Barroso - MG - Brasil
Talvez o poema de uma Arquiteto...
Acrilic on Canvas
Legião Urbana
Composição: Dado Villa-Lobos / Renato Russo / Renato Rocha / Marcelo Bonfá
É saudade, então
E mais uma vez
De você fiz o desenho mais perfeito que se fez
Os traços copiei do que não aconteceu
As cores que escolhi entre as tintas que inventei
Misturei com a promessa que nós dois nunca fizemos
De um dia sermos três
Trabalhei você em luz e sombra
E era sempre, Não foi por mal
Eu juro que nunca quis deixar você tão triste
Sempre as mesmas desculpas
E desculpas nem sempre são sinceras
Quase nunca são
Preparei a minha tela
Com pedaços de lençóis que não chegamos a sujar
A armação fiz com madeira
Da janela do seu quarto
Do portão da sua casa
Fiz paleta e cavalete
E com lágrimas que não brincaram com você
Destilei óleo de linhaça
Da sua cama arranquei pedaços
Que talhei em estiletes de tamanhos diferentes
E fiz, então, pincéis com seus cabelos
Fiz carvão do baton que roubei de você
E com ele marquei dois pontos de fuga
E rabisquei meu horizonte
E era sempre, Não foi por mal
Eu juro que não foi por mal
Eu não queria machucar você
Prometo que isso nunca vai acontecer mais uma vez
E era sempre, sempre o mesmo novamente
A mesma traição
Às vezes é difícil esquecer:
"Sinto muito, ela não mora mais aqui"
Mas então, por que eu finjo
Que acredito no que invento?
Nada disso aconteceu assim
Não foi desse jeito
Ninguém sofreu
É só você que me provoca essa saudade vazia
Tentando pintar essas flores com o nome
De "amor-perfeito"
E "não-te-esqueças-de-mim"
Intervenção na Rua da Cachaça
A famosa Rua da Cachaça do século XVIII, Rua da Alegria no século XIX, Rua Marechal Bittencourt no século XX, ou ainda a popularmente conhecida por Rua da Zona até meados dos anos oitenta, como queiram chamá-la, ao longo de sua existência, além da variada nomenclatura, é de grande importância histórica, e notável , principalmente pela interação social e política das tabernas do século XVIII e pela trajetória das manifestações da cultura popular que ali aconteceram e acontecem.
A atual Rua Marechal Bittencourt, que ficou praticamente em ruínas por várias décadas, até meados de 1980 quando mendigos e boêmios invadiam as casas abandonadas, começa a se reerguer no ano de 2003, com a criação do Centro de Referência Musicológica José Maria Neves – CEREM, fortalecendo-se em janeiro de 2009 com a presença do Centro Cultural Feminino e culminando nos dias 17, 18 e 19 julho do mesmo ano com a emocionante inauguração da Sede “Amigos da OPL/OPTA” e o lançamento do Projeto “Zona da Música”.
Para sua continuidade o projeto “Zona da Música” idealiza e ou coordena atividades artísticas, culturais, educacionais, sociais, patrimoniais, turísticas e ambientais todo segundo fim de semana do mês (sexta, sábado e domingo), aproveitando principalmente o potencial da atual Rua Marechal Bittencourt que já abriga as instituições: Centro de Referência Musicológica José Maria Neves – CEREM, Centro Cultural Feminino, Orquestra Popular Livre – OPL e a Organização Patrimonial Turística e Ambiental – OPTA e de seu entorno incluindo o Beco da Escadinha, Igreja e Largo do Carmo, Praça Dr. Salatiel e o Centro Cultural da Universidade Federal de São João del-Rei – UFSJ.
Com estas iniciativas espera-se criar uma rede de cooperação que trabalhe em sinergia com instituições e entidades da cidade e da região na gestão de projetos e articulação de artistas, educadores, ambientalistas, comunidades e profissionais de várias áreas resultando em um ponto de promoção e discussão das diversas culturas e alternativas para uma melhor qualidade de vida, tanto dos moradores da rua quanto a todo e qualquer cidadão que tenha algum interesse em arte e cultura.
Por estes motivos, nosso grupo queria mostrar toda esta trajetória da rua, e através de várias horas de problematizações e discussões, chegamos ao consenso de que a melhor maneira de se fazer isto, era através de fotos, projeções, e histórias contadas, ou por vídeo ou por conversas informais com os moradores. Fizemos várias visitas em diferentes horas do dia para podermos ter uma visão geral e poder “sentir” o local, analisando quais horários eram confortáveis e desconfortáveis termicamente. Foram tiradas várias fotos do local, levantamentos diversos, croquis e desenhos, além de conversarmos com vários moradores. O local escolhido foi o lote ao lado da Ong OPTA/OPL, que cederam o espaço para nossa intervenção. No lote tínhamos a segurança e condições de preparar todo um conceito multimídia. Fizemos uma maquete antes das compras dos materiais, para que tivéssemos certeza se o que idealizamos daria certo.
Colhemos informações e materiais com moradores e entidades da rua e demos início aos trabalhos práticos. Com a proposta da interdisciplinaridade, fizemos uma estrutura de bambu para suporte da iluminação e da proteção contra insolação do dia. Isolamos a parte do lote em que não há condições de uso, que tem chão de terra batida e entulhos diversos. Usamos o pano que isolava o lote como fundo para projeção dos vídeos. Tínhamos objetivo de confraternização de todos os envolvidos no trabalho de intervenção da rua, para isso, pedimos a ONG para que montasse um bar para que houvesse a interação entre todos os presentes.
O resultado final foi o que esperávamos. A iluminação e os vídeos cumpriram seu objetivo mostrando toda a trajetória histórica da rua.
No final foi uma grande festa com o sentimento de objetivos cumpridos.
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